onde estão meus planos.

Ela não conseguia se imaginar tendo que apagar tudo que já havia sonhado para um futuro.

Era como se uma onda repentina tivesse destruído o castelo de areia que montara com tanto zelo, com amor.

Pensava que suportaria tudo, menos migrar pra outra praia.

Hoje, os castelos já não têm mais os mesmos detalhes, a mesma areia quente, nem o mesmo modo que nossas mãos o construíram. 

Hoje não há mais castelos de areia para serem derrubados. 

E ela, que já suportara tanto dessa pouca vida,

Imaginava que suportaria tudo, menos a ausência desse futuro já tão presente.

:::::* letrinhas e pensamentos *::::: 

Sobre o que importa.

"Quantos anos tenho?
Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
Quantos anos tenho? Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas, valem muito mais que isso...
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto. Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos. Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa? Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto..."


[José Saramago]

**Texto resgatado da publicação O dom de ser mulher depois dos 40.

ISTO

"Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não. 
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação. 
Não uso o coração. 

Tudo o que sonho ou passo, 
O que me falha ou finda, 
É como que um terraço 
Sobre outra coisa ainda. 
Essa coisa é que é linda. 

Por isso escrevo em meio 
Do que não está ao pé, 
Livre do meu enleio, 
Sério do que não é. 
Sentir? Sinta quem lê!" 

P.S.

:::  O fato do poeta não sentir com o «coração» o que escreve, não significa que minta, pelo contrário ele “simplesmente” sente com a «imaginação». Sensacional!! 

Fernando Pessoa, em “Autopsicografia”. 

Conjuga-me o verbo ler...

Ela lê filosofia, ele um livro sobre Banco Central

Os interesses parecem opostos,

Mas há muito que os une nesse tesão intelectual.

minha mais!

"Como quando se tira um vestido velho do baú, um vestido que não é pra usar, só para olhar. Só para ver como ele era. Depois a gente guarda de novo e guarda, mas não se cogita em jogar fora ou dar. Acho que saudade é isso."

(As meninas, Lygia Fagundes Telles)

*A você, linda, linda, linda, minha xodó, minha mais.

Feliz 2011

Porque aula nova é sempre vida nova. Ainda mais na ESMESC!!!

é possível, é preciso.

Usar cores fortes. Voltar a mim mesma. Escutar mais Bossa Nova. Esquecer, perdoar, amar, abandonar. Revisitar amigas, paisagens, lembranças. Comprar chinelinhos "tamanho 18". Guardar lembranças a sete chaves. Retornar às calmantes literaturas. Reformar, cortinas e sonhos. Caminhar, agora sabendo para onde. Aceitar, recolher. Voltar à vida. Renovar. Ainda é possível reescrever tudo de novo, desde a dedicatória.